Segundo suspeito de ataque a tiros em escola de Sobral segue foragido um mês após o crime

  • 25/10/2025
(Foto: Reprodução)
Veja o que se sabe sobre o segundo suspeito de atirar em alunos em escola de Sobral Segue foragido, um mês após o crime, o segundo suspeito de atirar em cinco adolescentes no intervalo entre aulas na Escola Estadual Luiz Felipe, em Sobral. O crime ocorreu no dia 25 de setembro e deixou dois adolescentes mortos e três feridos. Até este momento, somente um dos suspeitos foi preso: Bruno Rodrigues, de 29 anos. Ele já respondia por homicídio, roubo, associação criminosa e corrupção de menor. Em nota, a Polícia Civil disse que "segue com as investigações em andamento com o objetivo de identificar e capturar o segundo suspeito de envolvimento nos homicídios." ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp "Os trabalhos investigativos estão a cargo do Núcleo de Homicídios e Proteção à Pessoa (NHPP), da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Sobral, e contam com apoio do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI-Norte). A população pode contribuir com as investigações. As informações podem ser direcionadas para o número 181", reforçou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). LEIA TAMBÉM: Polícia prende criminosos que aplicam golpe do falso advogado Aluno é assassinado a tiros no estacionamento de academia no Ceará Os dois adolescentes mortos foram identificados como Victor Guilherme Sousa de Aguiar e Luis Claudio Sousa Oliveira Filho, de 17 e 16 anos, respectivamente. Eles eram estudantes da Escola Estadual Professor Luis Felipe e também participavam de times de futsal na cidade. Outros três estudantes baleados sobreviveram. Dois foram levados para o hospital com lesões leves e logo foram liberados. Já o terceiro ficou internado em estado grave na Santa Casa de Sobral, mas também teve alta hospitalar e está bem. No momento em que foram baleados, os estudantes atingidos estavam no estacionamento da escola, na rua Brasil Oiticica. Os tiros ocorreram durante o intervalo das aulas, quando os estudantes estavam fora das salas. Um vídeo gravado por testemunhas mostra alunos correndo depois dos tiros. Testemunhas relataram ter visto alunos desmaiando e vomitando após o ataque. Vídeo mostra correria na escola após ataque a tiros Retorno das aulas e segurança nas escolas Aulas são retomadas após ataque em escola em Sobral Sobral é o maior município da região norte do Ceará e conhecido nacionalmente pelos bons resultados na educação. A escola atacada concentra turmas apenas do ensino médio. São 1.159 alunos e 54 professores, de acordo com o Censo Escolar 2024, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As aulas na Escola de Ensino Médio Professor Luís Felipe retornaram no dia 6 de outubro de maneira gradual e com homenagem aos alunos mortos. O local teve reforço de segurança por meio da atuação integrada do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) da Polícia Militar e da Guarda Municipal. A ideia é garantir presença constante das forças de segurança no entorno da escola, policiamento ostensivo e visitas periódicas à unidade. Após o ataque, outras instituições da cidade aderiram a esquemas de segurança como reconhecimento facial e instalação de um botão do pânico. É o caso da Escola Municipal José Parente Prado, que atende 907 alunos, do 3º ao 9º ano do ensino fundamental. Localizada em uma área de vulnerabilidade social, a unidade escolar já iniciou um projeto piloto com um novo sistema de segurança. As medidas de segurança funcionam da seguinte forma: 1. Biometria facial 👧 Ao chegar à escola, o aluno entra em uma fila no portão principal da instituição onde estão as câmeras. 📷 Com o rosto previamente cadastrado, o estudante posiciona sua face para reconhecimento facial. ✅ Após o reconhecimento, a criança é liberada para entrar na escola. Caso o rosto do aluno não esteja cadastrado, o processo é feito na hora. 📲 Os pais recebem uma mensagem informando se o filho está ou não na escola. 📋 A escola registra quem entrou e quem não compareceu. 🔍 Com esses dados, são feitas buscas ativas para melhorar o controle do funcionamento escolar. 2. Botão do pânico ⏺️ Localizado no setor administrativo, o botão pode ser acionado por qualquer funcionário da escola que presenciar alguma atitude que pode colocar em risco a integridade do estudante. 🚨Ao ser acionado, a ferramenta envia uma notificação para o celular de algumas autoridades e órgãos de segurança, como o próprio secretário de Segurança e para a Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). 🚓 Após receber a notificação, as autoridades iniciam o processo de contenção de riscos, buscando identificar, avaliar e controlar possíveis ameaças. Crianças farão fila para reconhecimento facial antes de entrar em escola de Sobral. Reprodução/TV Verdes Mares Como foi a dinâmica do ataque? Novo vídeo de ataque em escola mostra criminosos atirando O ataque à Escola de Ensino Médio Luis Felipe, localizada no bairro Campo dos Velhos, aconteceu durante o intervalo da escola na manhã do dia 25 de setembro e completa um mês neste sábado. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que os dois atiradores chegam de moto a uma rua próximo à escola por volta de 9h30. Eles descem, vão até a lateral e atiram pela grade que separa o pátio da escola da rua (veja acima). O primeiro preso por envolvimento no ataque foi identificado como Bruno Amorim Rodrigues, de 29 anos. Ele teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia. O inquérito policial do caso, ao qual o g1 teve acesso, aponta que Bruno pertence a um grupo criminoso rival ao de Victor Guilherme Sousa de Aguiar (vulgo 'VG'), um dos estudantes mortos no ataque. Após ataque, escola ficou cercada por policiais. Mateus Ferreira/ SVM O documento ainda aponta que Bruno foi "decretado" pelo Comando Vermelho (CV) ao abandonar a facção e se aliar ao grupo rival Primeiro Comando da Capital (PCC). "Decretado", na linguagem dos criminosos, significa que ele passou a ser jurado de morte. Já VG, de 16 anos, tinha envolvimento com o CV, conforme o inquérito policial. No entanto, ainda não é possível afirmar se ele era "batizado" (reconhecido pelos chefes da facção como membro) ou se era apenas próximo de criminosos. Com o jovem, foi encontrada uma mochila com drogas e uma balança de precisão. De acordo com o inquérito, Victor era um fornecedor de drogas na escola. Em seu depoimento, Bruno Amorim negou que teria envolvimento com o ataque na escola. Ele disse que estava com sua esposa em casa na hora do crime. No entanto, ao ser procurado pelos policiais, Bruno pulou o muro de casa e se escondeu na casa de uma vizinha. Os agentes encontraram Bruno escondido sob um lençol no canto de um cômodo da residência. O secretário de Segurança do Ceará, Roberto Sá, confirmou que o ataque foi uma execução premeditada: "Foi um ataque contra esses jovens que estavam naquele local. E repudiamos, lamentamos profundamente o fato da droga, nesse contexto com arma de fogo, com impunidade, gerar toda essa espiral de violência que o Brasil vive", afirmou. Equipes de segurança farão monitoramento na escola durante entrada e saída de aluno e durante intervalo. Mateus Ferreira/ SVM O que falta saber Ainda não há confirmação ou detalhes sobre a motivação do crime, mas informações apuradas pelo g1 no inquérito policial do caso apontam que o ataque tem conflito entre facções criminosas da região como motivação. Ainda de acordo com inquérito policial, a motocicleta utilizada no crime foi roubada sete dias antes do ataque e teve os pneus modificados. Ainda não há informações sobre quem pilotava o veículo. Conforme o documento da polícia, o grupo de alunos baleados, junto com outros estudantes (que fugiram a tempo), ficava naquela localização na hora do recreio para consumir drogas. Outros detalhes Além da prisão de um dos suspeitos de envolvimento com o crime, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) concluiu em setembro o exame de microcomparação balística. O exame comprovou, pericialmente, que o projétil encontrado nos crimes partiu da mesma arma de fogo utilizada em um homicídio ocorrido em julho, cujo suspeito seria o mesmo capturado no dia após os homicídios na escola (Bruno Rodrigues). Infográfico: estudantes são baleados em escola no CE Arte g1 Violência crescente no Ceará Uma das hipóteses para o crime que matou os dois estudantes na escola em Sobral é o confronto entre facções, conforme apuração da TV Globo. Segundo o governador do estado, Elmano de Freitas, sete facções disputam o domínio de territórios onde eles podem monopolizar o tráfico de drogas e serviços como acesso à internet. Os sete grupos criminosos são responsáveis por 90% dos assassinatos no estado, ainda de acordo com Elmano. A guerra entre os bandos tornou o Ceará o estado com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2024, conforme Mapa da Segurança Pública, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O número absoluto de homicídios dolosos teve um aumento de 9,85% no Ceará: era 2.893 em 2023 e subiu para 3.178 em 2024. Além dos assassinatos, os criminosos tentam monopolizar serviços ofertados à população. Em uma onda de ataques coordenados, ocorridos entre fevereiro e março deste ano, criminosos depredaram e incendiaram provedores de internet e deixaram cidades sem acesso. O Comando Vermelho foi a facção responsável. Ela fez pelo menos 19 ataques, como corte de cabos de internet, incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas, nas cidades Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante. Em outras regiões, os bandos cobram um "pedágio" para "autorizar" que comerciantes e vendedores informais mantenham seus serviços. Em agosto de 2025, um vendedor de churrasco foi assassinado após recusar a pagar a "taxa" de R$ 1.000 à facção. O valor anterior, que a vítima pagava mensalmente, era R$ 400. Estudantes ficaram em pânico após ataque a tiros em Sobral (CE) Reprodução Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/10/25/segundo-suspeito-de-ataque-a-tiros-em-escola-de-sobral-segue-foragido-um-mes-apos-o-crime.ghtml


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