Preso por ataque a ônibus em SP é filho de motorista e foi indiciado por tentativa de homicídio, diz Polícia Civil
08/07/2025
(Foto: Reprodução) Autoridades suspeitam que Everton de Paiva Balbino possa estar envolvido com funcionários em disputas de espaço entre empresas de ônibus ou em rixas entre grupos sindicais rivais. Polícia reforça que não há nenhuma ligação do pai dele com os ataques. Três pessoas presas suspeitas de participar de ataques a ônibus na Grande SP
Um dos homens presos na noite de domingo (6) por suspeita de apedrejar coletivos na cidade de São Paulo é filho de um motorista de ônibus, informou a Polícia Civil. Everton de Paiva Balbino teve a prisão temporária de 30 dias decretada e foi indiciado por tentativa de homicídio e danos ao patrimônio.
A polícia reforça, no entanto, que não há nenhuma ligação do pai dele com os ataques.
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As autoridades suspeitam que Everton possa estar envolvido com funcionários em disputas de espaço entre empresas de ônibus ou em rixas entre grupos sindicais rivais.
Ele é suspeito de ter arremessado uma pedra que acertou uma mulher que estava sentada no banco do coletivo. Ela fraturou vários ossos da face, incluindo o nariz, e correu risco de vida. Este caso, que aconteceu na Zona Sul da capital, é um dos mais graves registrados.
Outros detidos
Outros dois homens também foram detidos pela polícia no sábado (5) em flagrante, após danificarem coletivos em Pirituba e Santo Amaro, nas zonas Oeste e Sul, respectivamente. Além deles, um adolescente foi apreendido em Cotia, na região metropolitana. Sua defesa não foi localizada pela TV Globo.
Imagens de uma câmera de segurança mostram quando um carro vermelho para perto de uma saída da Avenida Washington Luís. Uma pessoa desce do veículo e, da calçada, arremessa uma pedra contra um ônibus que vinha pela avenida. O carro também foi apreendido pela polícia com o suspeito preso.
Segundo o delegado Fernando Santiago, que participa das investigações dos ataques a ônibus, Balbino justifica que a pedrada teria resultado de uma briga de trânsito. "Entretanto, até o momento não conseguimos visualizar nenhum tipo de briga, de embate ali motivado por questão de trânsito", afirma.
"Ele também não cita por que escolheu aquele canto exatamente para atirar a pedra. Ele tentou argumentar que não mirou a janela, mas a distância dele para o ônibus era de apenas 3 metros, então dificilmente alguém erraria se quisesse atingir, por exemplo, a lataria."
Acusado de apedrejar ônibus em São Paulo é preso; passageira foi atingida no rosto
Reprodução/TV Globo
Desde 12 de junho, ao menos 554 veículos foram apedrejados na capital, na Grande São Paulo.
Na maioria das investidas, os veículos foram acertados por pedras e tiveram os vidros quebrados.
A gestão municipal afirma que os trabalhadores e pessoas de baixa renda são as mais prejudicadas, porque os veículos saem de circulação e deixam as linhas desassistidas.
Fila de ônibus atacados na madrugada desta quinta-feira (3) no 47° DP do Capão Redondo, na Zona Sul da capital.
Reprodução/TV Globo
Linhas de investigação
A Polícia Civil trabalha com três linhas principais de investigação:
Ação coordenada pelo PCC, embora ainda sem motivação clara;
Ataques por pessoas influenciadas por desafios criados na internet;
Possível sabotagem de empresas que perderam contratos com a prefeitura.
A investigação ainda não avançou o suficiente para confirmar ou excluir qualquer uma das possibilidades.
O Sindicato dos Motoristas de São Paulo disse que tem trabalhado para oferecer mais segurança aos operadores do transporte público e também aos passageiros. Também afirmou que pediu uma reunião urgente com a SSP para tratar do problema e cobrar medidas de segurança.
A Polícia Militar colocou em prática, desde quarta (2), a Operação Impacto e Proteção a Coletivos, com base em um mapeamento estratégico feito em conjunto com a Polícia Civil.
Ônibus atacado na Avenida Rio Branco.
Arquivo Pessoal