Conheça a história da família mineira que transformou a cachaça em uma tradição de 70 anos

  • 13/09/2025
(Foto: Reprodução)
Família Duim produz e vende a cachaça Pereirinha em Mar de Espanha Pedro Henrique Duim/Arquivo Pessoal No interior de Minas Gerais, no município de Mar de Espanha, uma história que começou na década de 1960 segue viva no sabor da cachaça Pereirinha. Mais do que uma bebida, ela representa o legado de três gerações da família Duim, que, com afeto e técnica, transformaram um alambique antigo em uma fábrica premiada, reconhecida dentro e fora do Brasil. Neste sábado (13) é comemorado o Dia Nacional da Cachaça, instituído pela Lei n.º 13.178/2015, que reconhece a bebida como patrimônio cultural brasileiro e símbolo do país. Para a família Duim, essa ocasião representa muito mais do que uma simples comemoração — é a celebração de um legado. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Zona da Mata no WhatsApp “Nossa história começa no início da década de 60, quando meu avô, Pedro Duim, comprou a fazenda da família Pereira, que já tinha um alambique funcionando. Os moradores do distrito de Engenho Novo, em Mar de Espanha, começaram a chamar a aguardente de ‘Pereirinha’, em referência à família original da fazenda”, conta Pedro Henrique Duim, neto do fundador e terceira geração à frente da produção. Antes e depois da fazenda onde é produzida a cachaça em Mar de Espanha Pedro Henrique Duim/Arquivo Pessoal O nome pegou e logo foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com o passar dos anos, o patriarca Pedro Duim expandiu a produção e passou a vender para cidades vizinhas como Guarará, Bicas, Juiz de Fora e Senador Cortes. Em 2003, com o falecimento do avô, o filho mais novo, Pedro Vidal Duim, assumiu o negócio e transferiu a produção para a sede da fazenda, onde o armazenamento em dornas e barris já era realizado. Da crise à virada: como a pandemia mudou tudo O divisor de águas veio em 2015, durante a crise financeira, quando Pedro Henrique e o irmão Victor César foram chamados pelo pai, Pedro Vidal, para ajudar. “Eu tinha 21 anos e meu irmão 19. Ajudávamos entre uma aula e outra na faculdade. Eu na engenharia elétrica e ele na engenharia mecânica na UFJF”, lembra Pedro. Mas foi em 2019, com a pandemia e o recesso nas universidades, que os dois se dedicaram integralmente ao negócio. “Em apenas 30 dias, o faturamento dobrou. Vimos a empresa mudar da água para a cachaça, literalmente”, brinca Pedro. Cachaça Pereirinha Pedro Henrique Duim/Arquivo Pessoal Inovação com raízes no passado Desde então, a produção saltou de 30 mil para mais de 100 mil litros em 2024. Hoje, a marca oferece 21 produtos diferentes, todos derivados da cachaça tradicional. A família investiu pesado em capacitação técnica. Patricia Galil, mãe dos produtores, tornou-se Master Blender — profissional responsável por desenvolver bebidas destiladas específicas. Pedro Henrique se especializou como sommelier de cachaças e adquiriu um profundo conhecimento sobre a produção, história, características sensoriais (aromas e sabores) e harmonizações da cachaça. Já Victor assumiu a frente da produção agrícola com a cana-de-açúcar. O uso de tonéis ou barris nobres, como os de madeira de amburana, ipê e carvalho — utilizados para envelhecer bebidas como cachaça e vinhos, que conferem características específicas de cor, aroma e sabor — também faz a diferença. Além disso, ferramentas de automação e gestão tornaram o negócio mais eficiente, sem perder o caráter artesanal. "Buscamos conhecimento onde fosse possível. Senar, Sebrae, Faemg e Fiemg foram parceiros essenciais para a evolução da produção e também da gestão", diz Pedro Henrique. Uso de tonéis ou barris nobres, como de madeira de amburana, ipê e carvalho, utilizados para envelhecer bebidas Pedro Henrique Duim/Arquivo Pessoal Prêmios e reconhecimento internacional A Cachaça Pereirinha coleciona 13 premiações, entre elas: Medalha Duplo Ouro no Concurso de Vinhos e Destilados do Brasil (2023), colocando a marca entre as 15 melhores bebidas destiladas do país; Medalha de Prata no Concurso Mundial de Bruxelas, realizado em Treviso, na Itália; Três prêmios no Festival Destila Tiradentes 2025, incluindo o de melhor cachaça do evento. A marca também tem presença em eventos internacionais como a Expocachaça (Belo Horizonte), Americas Food & Beverage Show (Miami, EUA) e ANUGA (Colônia, Alemanha). Cachaça mais premiada da família Duim Pedro Henrique Duim/Arquivo Pessoal Hoje, já há representação da marca no mercado europeu, com presença em Portugal, na cidade do Porto. João Lucas, o irmão mais novo, é embaixador das cachaças por onde passa e promove o produto. Mais do que faturamento ou prêmios, a Cachaça Pereirinha representa um elo entre gerações. “Nosso maior compromisso é com o legado do nosso avô. Ele estaria muito orgulhoso de ver o nome da família indo tão longe”, concluiu Pedro Henrique Duim. *estagiária sob supervisão de Carol Delgado. ASSISTA TAMBÉM: Drinks com base na cachaça concorrem em Festival JF Sabor em Juiz de Fora Drinks com base na cachaça concorrem em Festival JF Sabor em Juiz de Fora VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes .

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2025/09/13/conheca-a-historia-da-familia-mineira-que-transformou-a-cachaca-em-uma-tradicao-de-70-anos.ghtml


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